Olho para os lados, tudo está tão difuso, embaçado... Não identifico os rostos que estão a minha volta. São várias paisagens e pessoas que se misturam em uma confusão de tons de cinza e preto. O verde das folhas me faz tanta falta, não cinto o cheiro do azul, nem mesmo o sabor do rosa. Quilos e quilos de cores sombrias interpelam minha face, me rodeiam, me escondem do mundo que ansiava tanto viver, meu sonhos, meu conto de fadas particular.
Meu sapinho lindo que um dia transformar-se-ia em um príncipe perfeito, de alma e coração tão puros quanto o beijo divino que Deus concede ao amantes que se deixam abençoar por Ele. Os cacos já não me servem para reconstruir o meu castelo, novos materiais devo improvisar, em meio a mediocridade da humanidade sórdida de línguas e bocas malditas...
Se agora só Deus me resta, que eu possa viver as cegas, e deixar que Ele guie meus passos, se apenas Deus pode cuidar de mim, que eu possa ser como criança em seus braços, ninar em seu colo, sem precisar pensar em futuro, passado ou presente, apenas dormir e sonhar os sonhos que Deus tem pra mim.
Que o meu coração possa voltar a sentir alegria vivida e conquistada no dia-a-dia, a simplicidade das conquistas realizadas através do esforço diário, que meus olhos possam voltar a se encher de lágrimas ao se deparar à beleza de uma flor singela, que eu possa nascer de novo...
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